quarta-feira, 9 de junho de 2010

Gravidez na adolescência

Para o nosso primeiro post, queremos falar de um assunto atual que preocupa muitas famílias: a gravidez na adolescência. Um problema que não escolhe classe social, etnia ou religião.

Recentemente, assistindo a uma novela das seis, da Rede Globo, ficamos perplexas com a forma como esse tema foi tratado. Uma menina de apenas 16 anos conta aos pais que está grávida de seu namorado. Os pais da garota e os pais do namorado, ao invés do sermão esperado sobre a falta de responsabilidade dos filhos, ficam alegres e apóiam os dois pombinhos no sonho de um apartamento para criar o pimpolho, sem parecer se preocupar com as conseqüências desastrosas de uma gestação nessa fase da vida.

Não foi só nessa novela que esse assunto foi retratado, porém nem sempre acontece discutido a partir do mesmo ponto de vista. No seriado Glee, do canal fechado Fox, quando os pais da adolescente Quin Febray descobrem que vão ser vovôs, expulsam a filha de casa sem nem conversar e se preocupar onde ela vai morar, apenas marcaram 30 minutos no micro-ondas para ela arrumar suas coisas e ir embora. Na ocasião em que ficou grávida, a garota deixou de ser a filhinha prodígio, presidente do clube de celibato. Por estar nesta situação, os pais da garota já não a reconhecem mais como sua filha, prejudicando o desenvolvimento da criança e o psicológico da jovem mamãe que assim sofre de estresse e preocupação devido à falta de apoio. Essa é a infeliz realidade de muitas adolescentes no mundo todo.

No filme Juno, o pai e a madrasta da protagonista, num primeiro momento, parecem preferir a notícia de que ela estivesse usando drogas. Apesar dessa reação inicial, o filme trata o assunto como muito mais realismo e profundidade. O casal nem expulsa nem faz uma festa com a notícia do bebê a caminho, mas acolhe a garota e, ao lhe dar apoio, a ajuda a tomar a decisão de dar a criança a uma família que desejasse e pudesse criá-la. Segundo pesquisa realizada em março-abril de 2006 por uma enfermeira, especialista em Saúde da Família, mestranda da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo e um professor assistente da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, esse seria o comportamento ideal: aceitar o fato e, ao mesmo tempo, prevenir os jovens dos possíveis riscos.

No Brasil, o número de casos de adolescentes que dão a luz por ano chega a milhões – 20% do total de nascidos vivos são filhos de jovens. Essas garotas têm sido consideradas, cientificamente, um grupo de risco para sua própria saúde. Seu físico ainda imaturo e seu crescimento normal podem ser prejudicados após o parto, ou, pior, a morte pode bater a sua porta.

Isso foi exatamente o que aconteceu com a personagem da novela global. Após a chegada do novo membro da família, a precoce mãe não resistiu à cirurgia e morreu. Essa foi a solução encontrada pela novela para resolver tal situação. Quem sabe se não fosse pela despreocupação dos pais a garota tivesse uma chance?


Ilustradora: Adriana
Redatoras: Camila e Amanda
Revisoras: Camila, Amanda e Adriana

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